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O que é Epigenética?

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Novas pesquisas científicas mostram que as influências ambientais podem realmente afetar a forma com qual os genes são expressos e a condição disso acontecer. De fato, os cientistas descobriram que as primeiras experiências podem determinar como os genes são ativados e desativados e até mesmo se alguns são expressos. Assim, foram refutadas as antigas ideias de que os genes são “imutáveis” ou de que apenas eles determinam o desenvolvimento. Não existe mais o debate natureza x criação – agora, quase sempre ambas estão juntas!

Mais informações sobre epigenética

Aprofundamento: Interação gene com ambiente.
Saiba mais sobre os processos físicos e químicos que ocorrem como parte da criação do epigenoma.

Documento nº 10: Experiências na primeira infância podem alterar a expressão gênica e afetar o desenvolvimento a longo prazo.
Este documento detalhado explica como os genes e o ambiente interagem, e fornece recomendações de maneiras pelas quais os cuidadores e formuladores de políticas podem responder eficazmente à ciência.

Durante o desenvolvimento, o DNA que compõe nossos genes acumula marcas químicas que determinam a quantidade expressa de genes. Esse conjunto de marcas químicas é conhecido como “epigenoma“. As diferentes experiências que as crianças têm reorganizam essas marcas químicas. Isso explica por que gêmeos geneticamente idênticos podem mostrar comportamentos, habilidades, saúde e realizações diferentes.

Correção de famosas deturpações da ciência

Até recentemente, pensava-se que as influências dos genes eram definidas e que os efeitos das experiências e ambientes das crianças na arquitetura do cérebro e nos resultados das saúdes física e mental a longo prazo seguiam sendo um mistério. Essa falta de entendimento levou a várias conclusões enganosas sobre o grau em que fatores e experiências ambientais negativos e positivos podem afetar o feto em desenvolvimento e a criança pequena. Vale a pena esclarecer os seguintes conceitos equivocados.

  • Ao contrário da crença popular, os genes herdados dos pais não definem o desenvolvimento futuro de uma criança.
    Variações nas sequências de DNA entre os indivíduos certamente influenciam a maneira como os genes são expressos e como as proteínas codificadas por esses genes funcionarão. Mas isso é apenas parte da história. O ambiente em que alguém se desenvolve, antes e logo após o nascimento, fornece fortes experiências que modificam quimicamente determinados genes que, por sua vez, definem quanto e quando são expressos. Assim, ao mesmo tempo em que fatores genéticos exercem fortes influências, os fatores ambientais têm a capacidade de alterar os genes herdados.
  • Embora frequentemente mal compreendidas, as experiências adversas fetais e na primeira infância podem levar (e levam) a alterações físicas e químicas no cérebro, que podem durar por toda a vida.
    Experiências prejudiciais, como desnutrição, exposição a toxinas ou drogas químicas e estresse tóxico antes do nascimento ou na primeira infância não são “esquecidas”, mas sim incorporadas à arquitetura do cérebro em desenvolvimento através do epigenoma. As “memórias biológicas” associadas a essas alterações epigenéticas podem afetar múltiplos sistemas orgânicos e aumentar o risco não apenas de maus resultados relativos às saúdes física e mental, mas também de prejuízos no comportamento e na capacidade de aprendizagem futuros.
  • Apesar de algumas alegações de marketing pregarem o contrário, não se sabe a capacidade dos chamados programas de enriquecimento para melhorar o desenvolvimento saudável do cérebro.
    Embora pais e formuladores de políticas possam esperar que tocar Mozart para recém-nascidos produza mudanças epigenéticas que melhorem o desenvolvimento cognitivo, não há absolutamente nenhuma evidência científica de que essa exposição modele o epigenoma ou melhore a função cerebral. A pesquisa tem mostrado que alterações epigenéticas específicas ocorrem nas células cerebrais à medida que habilidades cognitivas, como aprendizagem e memória, se desenvolvem, e que a ativação repetida de circuitos cerebrais dedicados à aprendizagem e memória, por meio da interação com o ambiente, como a interação “intensa” recíproca com adultos, facilita essas alterações epigenéticas positivas. Também sabemos que nutrição materna e fetal de qualidade, combinada com o apoio socioemocional positivo das crianças em seus ambientes familiar e comunitário, reduzirá a probabilidade de alterações epigenéticas negativas que aumentam o risco de prejuízos posteriores às saúdes física e mental.

O epigenoma pode ser afetado por experiências positivas, como relacionamentos de apoio e oportunidades de aprendizagem, ou influências negativas, como toxinas ambientais ou circunstâncias estressantes da vida, que deixam uma “assinatura” epigenética única nos genes. Essas assinaturas podem ser temporárias ou permanentes, e os dois tipos afetam a facilidade com que os genes são ativados ou desativados. Pesquisas recentes demonstram que pode haver maneiras de reverter determinadas mudanças negativas e restaurar a funcionalidade saudável, mas isso exige muito mais esforço, pode não ter êxito na alteração de todos os aspectos das assinaturas e é caro. Assim, a melhor estratégia é apoiar relacionamentos responsivos e reduzir o estresse para criar cérebros fortes desde o início, ajudando as crianças a crescer para serem membros saudáveis e produtivos da sociedade.

Para mais informações: Experiências na primeira infância podem alterar a expressão gênica e afetar o desenvolvimento a longo prazo: documento nº 10.

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